

Política
Ventura manda “trabalhar” ciganos e antifascistas
O candidato presidencial do Chega mandou hoje “trabalhar” dezenas que pessoas que se manifestavam contra a sua presença em Serpa, antes do comício inaugural do período oficial de campanha, no Cineteatro da localidade alentejana.
“Vão trabalhar, trabalhar!”, limitou-se a gritar André Ventura, em direção aos manifestantes, a maioria de etnia cigana e com cartazes antifascistas, ladeado por seguranças e com meia-hora de atraso face ao previsto.
“Beja foi [o distrito] escolhido para ser o início da caminhada presidencial pela razão que temos insistido: há um país em que metade trabalha para outros não fazerem nada”, afirmou, lamentando “privilégios e regalias injustificados nos últimos 45 anos”.
O líder do recém-criado partido da extrema-direita parlamentar classificou a sua corrida ao Palácio de Belém como “a maior ameaça ao sistema”.
“Não são ‘Grândolas’ cantadas lá fora por subsidiodependentes que nos vão fazer parar esta marcha. Perderam os debates todos e agora querem ganhar na rua”, continuou, referindo-se ao espetro político da esquerda, citando “comunistas e socialistas”.
Ventura não poupou críticas ao atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, “que andou com o Governo ao colo”, e ao primeiro-ministro e líder do PS, pela falta de medidas de “apoio a quem precisa neste contexto de pandemia” e de grave crise económica.
“Estamos fartos de ser sempre os mesmos a pagar e a trabalhar”, dramatizou, sugerindo que muitos dos manifestantes tinham chegado à porta do Cineteatro de Serpa “de “Mercedes e BMW ou em carrinhas do PCP”.
O deputado único condenou ainda a criação pelo Governo de um grupo de trabalho de combate ao racismo e a nomeação para o mesmo do ex-militante do BE Mamadou Ba.
Para Ventura, se se confirmar a hipótese de a candidata bloquista Marisa Matias desistir em favor da concorrente socialista Ana Gomes: “isso já será uma vitória porque destruímos a esquerda.
A meio do discurso do candidato a chefe de Estado, a cortina da boca de cena do anfiteatro serpense abriu-se e foi visível um esqueleto atrás de Ventura, naquilo que pareceu uma partida ao político, que não ligou e prosseguiu. Fonte oficial da candidatura disse à agência Lusa que tinha sido “um boicote”, uma vez que o espaço cultural é gerido pela autarquia, liderada pela CDU (PCP e “Os Verdes”).
Antes, o mandatário nacional do presidente do Chega, Rui Paulo Sousa, admitira “reduzir a campanha ao mínimo possível, mas estando presente em todo o lado”, em virtude do agravamento da pandemia de covid-19.
Na rua, continuaram mais de 50 pessoas em protesto contra Ventura, com cartazes e palavras de ordem como “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” e buzinadelas.
“Alentejo, terra da Liberdade”, “Não queremos RSI (Rendimento Social de Inserção), mas trabalho”, “Facho!” ou “Zeca, obrigaram-me a vir para a rua” foram algumas das inscrições nas tarjas e cartazes improvisados, vigiados por perto de duas dezenas de elementos da Guarda Nacional Republicana.
- Portugal10 horas ago
Covid-19: Visitas aos utentes dos lares em Moura vão ser retomadas segunda-feira
- Portugal1 dia ago
Covid-19: Farmacêuticos começam a ser vacinados na segunda-feira
- Alentejo2 dias ago
Câmara atribui 90 mil euros para bolsas de estudo
- Portugal10 horas ago
GNR vai estar nas estradas a fiscalizar veículos pesados na próxima semana
- Alentejo2 dias ago
Resolvido surto com 13 mortos em lar de Estremoz
- Desporto2 dias ago
Treinador do Moreirense quer aumentar “consistência exibicional” ante o Marítimo
- Saúde2 dias ago
Portugal com 28 mortes e 949 casos de infeção nas últimas 24 horas
- Alentejo2 dias ago
Moura foca-se na vacinação sem novos casos positivos nos surtos
- Política2 dias ago
Costa assina em Bruxelas declaração que lança Conferência sobre Futuro da Europa
- Alentejo2 dias ago
Área de serviço e pernoita para autocaravanas custou 139 mil euros
- Economia2 dias ago
Concluídas obras de 29ME na via ferroviária da Linha do Leste
- Alentejo2 dias ago
Doçaria promovida nas redes sociais